Alergias Respiratórias

Rinite alérgica é a doença crônica mais comum no mundo e é considerada um fator de risco para o desenvolvimento da asma, que, por sua vez, é a doença respiratória crônica mais comum na infância. Ambas podem ocorrer em qualquer idade e além de serem muito frequentes, quando não tratadas podem causar grande impacto sobre a qualidade de vida dos indivíduos afetados, como perda de produtividade, faltas escolares e no trabalho, prejuízo ao sono e necessidade de idas a pronto atendimentos.

Alergias Alimentares

A incidência de alergia alimentar vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, sendo considerada um problema público de saúde que afeta todas as idades. Pode desencadear reações alérgicas graves que expõem o paciente a risco de morte, como o choque anafilático, sendo de extrema importância o diagnóstico correto - muitas vezes é confundida com intolerâncias alimentares - e orientações adequadas a cada caso, as quais incluem a restrição do alimento causador da alergia, medidas para tratamento de possíveis reações e imunoterapia específica através da ingestão de quantidades crescentes do alérgeno, também conhecida como dessensibilização.

Alergias Dermatológicas

A urticária e o angioedema podem ocorrer de forma isolada ou associados entre si e com outras manifestações de alergia, como sintomas respiratórios e gastrointestinais. Podem ocorrer de forma aguda, em alguns casos como a manifestação inicial de um quadro de anafilaxia, ou ainda crônica, em que as lesões podem estar presentes até diariamente por período superior a 6 semanas. As causas são variadas: alimentos, medicamentos, infecções, fatores físicos e podem ocorrer também de forma espontânea.

O eczema é a lesão cutânea característica da dermatite atópica e das dermatites de contato. A dermatite atópica acomete principalmente crianças e adolescentes, podendo ter o início precoce, nos primeiros 6 meses de vida. É uma doença de pele crônica e recorrente, sendo mais frequente em pessoas com história de doenças alérgicas na família. Nos casos graves, pode causar relevante quadro de instabilidade emocional no paciente.

As dermatites de contato são responsáveis por cerca de 10% dos atendimentos dermatológicos e resultam da exposição da pele a agentes que podem acarretar alergias ou irritação por dano tecidual direto, ocorrendo em todas as idades e raças, sendo menos comum na infância. Podem estar relacionadas a outros fatores como a exposição à luz ou ao ambiente de trabalho (doença ocupacional).

Alergias a Veneno de Insetos

Alergias a veneno de insetos são provocadas principalmente por ferroadas de abelhas, vespas e formigas, causando desde reação local até reações extensas, com manifestações cutâneas, respiratórias e vasculares associadas (anafilaxia). O tratamento correto depende da identificação do inseto agressor, o qual nem sempre é conhecido pelo paciente mas pode ser identificado através de testes alérgicos específicos.

Angioedema

O angioedema é uma manifestação cutânea que se caracteriza por inchaço comumente em áreas de pele fina como pálpebras, lábios, orelhas, extremidades dos membros. Muitas vezes ocorre associado à urticária, como nos quadros alérgicos agudos ou de forma crônica, porém também pode surgir de forma isolada associado a determinados medicamentos ou por outras doenças como o Angioedema Hereditário. 

Conjuntivite Alérgica

A alergia ocular acomete mais de 40% da população e compreende um grupo de doenças que apresentam em comum o processo inflamatório alérgico. Dentre essas, as conjuntivites alérgicas sazonal e perene correspondem a 80% dos casos e frequentemente estão associadas a rinite e asma brônquica, além de história da doença na família.

Infecções Recorrentes

Infecções de repetição são queixas frequentes nos primeiros 5 anos de vida, pois mesmo crianças saudáveis podem apresentar de 4 a 6 infecções do trato respiratório superior ao ano, as quais costumam responder bem aos tratamentos usuais e raramente evoluem com complicações. Entretanto, há casos em que as infecções ocorrem por falhas da resposta imunológica levando às chamadas imunodeficiências, que apesar de serem mais frequentes na faixa etária pediátrica, podem ter início entre a adolescência e a vida adulta. As imunodeficiências podem se apresentar como quadros leves ou graves (dependendo do defeito imunológico) que, se não adequadamente e precocemente tratados, podem impor risco a vida.

Reação Adversa a Medicamentos

Qualquer efeito não terapêutico decorrente do uso de uma medicação nas doses habitualmente utilizadas para prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças é considerada uma reação adversa a medicamento pela Organização Mundial de Saúde (OMS), podendo ser classificada em reações previsíveis e reações imprevisíveis, como é o caso das alergias. Estima-se que 3 a 6% de todas as admissões hospitalares sejam decorrentes de reação adversa a medicamentos, que podem também afetar entre 2% a 20% dos pacientes já internados. Uma reação prévia pode acarretar medo e ansiedade por parte do paciente no uso de diversas medicações, dificultando o tratamento de outras condições. Avaliação para determinação de um diagnóstico correto é necessária para orientações adequadas visando reduzir o risco de novas reações e evitar restrições desnecessárias.

Imunoterapia

Também conhecida como “vacina para alergia”, a imunoterapia consiste na administração de quantidades crescentes de um extrato alergênico em indivíduos sensibilizados (que apresentam testes alérgicos positivos para determinado alérgeno), com a finalidade de induzir tolerância e reduzir os sintomas associados à exposição alergênica. Seus benefícios vão além do período de tratamento, conferindo longa remissão da doença após sua interrupção.

Testes Diagnósticos de Alergia

Os testes diagnósticos devem ser orientados a partir dos dados colhidos através da história clínica e do exame físico do paciente e, em seguida, devem ser interpretados de acordo com cada caso, pois nem sempre um resultado positivo significa que o paciente seja alérgico. Quando bem utilizados, auxiliam a precisão do diagnóstico. Incluem testes cutâneos de leitura imediata e tardia, determinação de IgE específica no sangue (também conhecida como “RAST”), quantificação de mediadores da reação alérgica e testes de provocação.